sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Ovulodoação: anônima e voluntária.

De acordo com a resolução do Conselho Federal de Medicina que serve de parâmetro legal à reprodução assistida no país (1992), a doação de sêmen e de óvulos é permitida no Brasil, desde que seja voluntária e anônima. Ou seja: fica vetada qualquer forma de comércio envolvendo gametas, e os doadores não podem conhecer a identidade dos receptores (ou vice-versa). A resolução também dispõe contra a doação entre familiares.
Embora protejam normas éticas, essas restrições impõem algumas dificuldades à busca de doadores de gametas, sobretudo mulheres. Além das doações pelas pacientes submetidas à FIV, pode-se também fazer doação cruzada: uma receptora indica uma doadora para doar óvulos a outra paciente; esta, por sua vez, sugere uma doadora para a primeira.
Alguns conselhos regionais de medicina no Brasil já deram pareceres favoráveis à prática da doação compartilhada. O mecanismo permite que uma mulher que precise de óvulos contribua para o tratamento de outra mulher, mais jovem, que envolva estimulação ovariana. Em troca, a primeira recebe parte dos óvulos que a segunda produzir.


Depoimento

“O que importa é o ser humano lindo
e maravilhoso que vai nascer”
Com três filhos do primeiro casamento, A.B. optou pela ovulodoação para ter um bebê com o novo marido, aos 41 anos. Resultado: trigêmeos saudáveis e mais filhos a caminho.

“Tenho dois filhos e uma filha de meu primeiro casamento, que hoje estão com 18, 17 e 15 anos. Fiquei casada com meu primeiro marido por quase 20 anos, só esperava os netos. Mas o destino mudou completamente minha vida. Meu marido tinha transtornos psiquiátricos e nos divorciamos. Na Internet, fiz amizade com uma pessoa cujo nickname era Arthur. Ambos enfrentávamos problemas com os filhos e trocávamos idéias sobre como resolvê-los. Acabei perdendo o e-mail dele. Anos mais tarde, uma série de incríveis coincidências nos reuniu. Ficamos amigos, fomos morar juntos e nos casamos um ano depois.
Sempre quis ter uma menina, e aí a vontade ressurgiu. Mas eu já tinha tido endometriose, feito laqueadura, perdido uma trompa. Já havia passado por 14 cirurgias. Ou seja: jamais voltaria a ter filhos sem ajuda médica.
Decidi consultar uma clínica de reprodução assistida depois de ver um programa da Silvia Poppovic sobre maternidade após os 40 anos. Ela havia conseguido, e isso me fez achar que havia luz no fim do túnel. Escolhi uma clínica e fiz duas tentativas de fertilização in vitro. Mas eu passava muito estresse e ovulava antes que eles conseguissem colher os óvulos. Mudei de clínica, e a segunda foi pior. Fui anestesiada para uma captura de óvulos e, depois, me disseram que só haviam encontrado um, que estava destruído. Na realidade, acho que não fizeram procedimento nenhum e ainda usaram o esperma do meu marido para doações.
Saí dessas tentativas muito deprimida. Acabei me conformando com o fato de que não teria mais filhos. Mas, um dia, uma funcionária do nosso convênio de saúde me mostrou um folder da clínica da doutora Silvana Chedid. Resolvi fazer o tratamento, que usava uma nova medicação. Mas minha ovulação já não era eficiente, e as chances de responder ao estímulo do ovário eram mínimas. Foi quando ela me apresentou a idéia de utilizar um óvulo doado.
Outro médico já havia me falado disso antes, e eu não quis aceitar. Parecia que os filhos não seriam meus. Mas as tentativas frustradas me mostraram que este não era o caminho. Também, por ser médica, sabia que na minha idade a chance com a doação dos óvulos era maior, e os riscos de doenças como a Síndrome de Down, menor. Concluí que não tinha nada contra a doação, pois o filho seria gerado e alimentado dentro de mim. Além do quê, era também do meu marido.
Só depois que aceitei a idéia da doação do óvulo as coisas começaram a dar certo. Na primeira tentativa, foram coletados 15 óvulos de uma doadora mais jovem. Após a fertilização com o esperma do meu marido, tínhamos sete embriões em condições de serem implantados. Cinco foram colocados no meu útero. A médica me perguntou se eu queria congelar os restantes para o caso de precisar de uma segunda tentativa. Não tinha vontade de descartá-los, e aceitei.
Engravidei dos trigêmeos – duas meninas e um menino – nessa primeira tentativa. A gestação foi maravilhosa, sem complicações comuns na minha idade, como diabetes e hipertensão. Parei de trabalhar e me dediquei só à gravidez. Viajei, me diverti, me alimentei só com comidas naturais, evitei gorduras e açúcares. Engordei 16 kg, quando seria normal até 20 kg.
 Fiquei internada por duas semanas antes do parto porque um dos bebês não ganhava peso. A cesárea foi feita na 31ª semana, depois que se constatou que uma das meninas estava com os batimentos cardíacos muito baixos. O menino nasceu com 930 g, e as meninas com quase 2 kg cada uma. Elas tiveram alta com pouco mais de um mês de UTI, e ele chegou a quase dois meses de internação.
Hoje, estão todos saudáveis e completaram quatro anos. As meninas são uma bem loirinha e a outra bem moreninha, o menino é clarinho com olhos verdes. Todos acham as crianças parecidas ou comigo ou com o pai. Por incrível que pareça, o menino é muito parecido comigo mesmo!
Amo meus trigêmeos da mesma maneira que amo os filhos originados dos meus óvulos. Não tem a menor diferença. Acredito que temos um corpo físico e um espírito ou alma. O que importa é o ser humano lindo e maravilhoso que vai nascer e ser amado. Não conheço a doadora, sei apenas que tem menos de 30 anos. Às vezes tenho curiosidade de saber como ela é e vontade de agradecer por ter sido tão generosa. Se não fosse, meus filhos hoje não estariam ao meu lado e lhes teria sido negado a chance de nascerem.
Eu diria às mulheres que se confrontam com a idéia da doação de óvulos que elas deveriam arriscar sempre. Minhas crianças são um presente tão lindo, me trazem tanta felicidade!”

Fonte: Livro de autoria da Dra. Silvana Chedid Grieco , Gravidez aos 40.



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Clínica Chedid Grieco de Medicina Reprodutiva
Fone (11) 3266-7733.
e-mail : chedidgrieco@chedidgrieco.com.br

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