Livro de autoria da Dra. Silvana Chedid Grieco , Gravidez aos 40.

 

 Prefácio:

A idéia de escrever um livro sobre gestação após os 40 anos veio não só da minha vivência de mais de 20 anos atendendo casais inférteis (nos quais a incidência de mulheres com idade avançada tentando engravidar é grande), mas da minha própria experiência de vida.
Sempre vivi totalmente voltada para o trabalho. Dediquei-me de corpo e alma à minha vida profissional. Morei dois anos em Bruxelas, na Bélgica, onde fiz minha especialização em Reprodução Humana. Depois defendi meu doutorado, montei o Serviço de Reprodução do hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo, e minha clínica particular.

O desejo de ser mãe sempre esteve presente mas faltava um companheiro.O Mário surgiu na minha vida quando eu estava prestes a completar 38 anos. Nos apaixonamos e logo decidimos nos casar. Apesar de já ter duas filhas do primeiro casamento, ele sempre compartilhou comigo o desejo de ter filhos. Engravidei quatro meses depois do nosso casamento. O Enzo veio coroar o nosso amor e trazer mais felicidade ainda às nossas vidas.
Quando o Enzo estava com seis meses, engravidei novamente, mas a gravidez evoluiu para um abortamento. Apesar de saber que os riscos da gravidez numa idade avançada incluem um aumento na chance de abortamento, eu fiquei muito triste. O aborto é sempre uma perda, que carrega muita desilusão e tristeza.     
Alguns meses depois voltamos a tentar e nada. Eu já estava com quase 41 anos e sabia que as chances de uma gravidez espontânea são pequenas. Passei a prestar mais atenção no meu ciclo, comecei a tomar vitaminas e engravidei novamente. Quando a Nina nasceu eu já estava com 42 anos. Eu achava que nunca conseguiria amá-la tanto quanto amava o Enzo ou que teria que diminuir meu amor por ele para amá-la. Descobri que o amor da mãe pelos filhos não se divide, só se multiplica. Sem explicar, senti que a amava intensamente desde o primeiro instante em que a vi e o amor que sinto pelos dois é o sentimento mais forte que já experimentei na vida.
Hoje não imagino minha vida sem eles.
Quando atendo mulheres em meu consultório que dizem que não têm certeza se querem ou não ter filhos, sou categórica: é a melhor experiência pela qual uma mulher pode passar. E é indescritível. Só mesmo passando por ela para entender. Apesar de ser ginecologista e obstetra, e de atender mulheres grávidas a vida inteira, só entendi o verdadeiro significado de ser mãe quando eu mesma vivi essa experiência. Só então entendi de verdade tudo o que a grávida sente, e passei a ser mais sensível com as minhas pacientes.
Nenhuma conquista profissional que tive foi mais importante na minha vida do que ser mãe. E o fato dos meus filhos terem chegado após eu já ter alcançado estabilidade e sucesso profissional faz com que tudo seja uma festa. Não me importo de abrir mão de viagens ou de eventos para ficar com eles. Já viajei e passeei bastante antes de ser mãe. Não me importo de correr o dia inteiro tentando conciliar o trabalho com eles. Isso faz parte da rotina de toda mulher que trabalha e a gente acaba dando um jeito. As prioridades são outras e a gente passa a ser mais seletiva com os compromissos. Hoje, só deixo de ficar com eles por um motivo muuuuuuito forte e podem ter certeza: não me arrependo! Eles são a melhor coisa da minha vida.
Dedico esse livro ao Mário, meu grande e amado companheiro, que me proporcionou ter essas duas jóias, e ao Enzo e Nina, razão da minha vida.

Fonte: Livro de autoria da Dra. Silvana Chedid Grieco , Gravidez aos 40.



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