segunda-feira, 26 de setembro de 2011

No trabalho: coloque limites


A legislação trabalhista brasileira garante à gestante quatro meses de licença-maternidade e estabilidade no emprego durante toda a gravidez. Mas o país não dispõe, como a Alemanha e os Estados Unidos, de um mecanismo legal que garanta à mulher grávida o direito a um tratamento especial no trabalho, com carga horária e tarefas mais compatíveis com seu estado.
Além disso, com o crescimento da economia informal, um contingente enorme de brasileiras se vê, hoje, completamente destituído de proteção e/ou remuneração especial durante a gravidez. Para piorar, mais e mais grávidas se queixam de discriminação no trabalho. Segundo elas, o direito à licença-maternidade e as ausências por problemas de saúde causam desconforto entre os empregadores, que passam a tratá-las de forma diferente no momento em que anunciam a gravidez.
Seria desejável que as leis e a prática continuassem protegendo o direito fundamental da mulher grávida a ter uma gestação saudável e a receber um tratamento especial no ambiente de trabalho. Diante de um cenário que aponta na direção contrária, porém, caberá a você negociar limites para o que é possível continuar fazendo no escritório – e o que precisará ser rearranjado.

Hora extra: não, por favor

A não ser que você tenha um problema de saúde e precise de repouso, nada a impede de trabalhar durante a gravidez. Conforme a barriga cresce, porém, vai se tornar cada vez mais difícil cumprir uma rotina que inclua jornadas de mais de oito horas, viagens frequentes e atividades fora do horário de trabalho. Na gravidez, sobretudo depois dos 40, uma rotina tensa, sem oportunidades suficientes de descanso, produzem estresse e fadiga, prejudicando seu sono, seu humor e sua saúde.
Colocar limites em um dia a dia pesado de trabalho depende, antes de tudo, de uma decisão sua. Lembre-se que você não precisa trabalhar como se não estivesse grávida. Pelo contrário: proteger sua saúde e a do bebê pode e deve ser uma prioridade. Durante a gravidez, faça o seu trabalho o melhor que puder, mas desista de ser a “primeira da classe”. Volte parte da atenção que estava dedicada ao trabalho às outras necessidades que você precisa satisfazer, como atividade física e descanso.
Seu obstetra pode ser um aliado importante nesta hora. Converse com ele sobre ajustes que podem melhorar seu dia-a-dia no trabalho. Algumas idéias:


*Não trabalhe de salto alto ou roupas justas.Vista-se de forma confortável.

*Diante do computador, sente-se com a coluna apoiada e, se preciso, use uma pequena almofada para acomodar a lombar. Mantenha os braços apoiados na mesa, os pés sobre um banquinho e os joelhos em um ângulo de 90º em relação ao corpo.

*Algumas vezes por dia, levante-se e ande para estimular a circulação.

*Após o almoço, antes de voltar ao escritório, faça uma caminhada de 15 minutos.

*Depois do sexto mês, reduza atividades fora do horário de trabalho ou viagens. Abra espaço em sua agenda para atividades físicas leves e momentos relaxantes.

*Procure flexibilizar seus horários a partir do fim do sétimo mês. Almoce em casa algumas vezes por semana e descanse um pouco antes de voltar ao trabalho.

*Programe-se para trabalhar só meio período no último mês de gravidez. Se não for possível, reduza a jornada ou trabalhe alguns períodos por semana em casa.

*Ofereça-se para preparar seu substituto, quando for o caso, ainda no oitavo mês.


Gravidez tardia e atividade física

Se não estiver correndo risco de abortamento, por problemas na placenta ou outros, a gestante de mais de 40 anos pode se beneficiar imensamente da prática constante de exercícios de baixo impacto e de baixa intensidade. Eles ajudam a controlar o ganho de peso, o açúcar no sangue, a pressão, a ansiedade e o estresse.
A ênfase de um programa de atividade física para a gestação tardia não deve estar na queima de calorias e nem, muito menos, na superação de qualquer limite físico. Escolha uma atividade prazerosa e relaxante, que a ajude a descarregar tensões e a conquistar uma consciência maior de seu corpo.
Realizada com frequência, mesmo uma prática leve pode ser valiosa para melhorar o humor, manter os músculos tonificados, reduzir inchaços, prevenir dores nas costas e nas pernas e garantir um sono tranquilo.

O que fazer – e quanto

Natação e hidroginástica são boas escolhas. Além de colocarem o corpo em movimento sem elevar sua temperatura, elas auxiliam na redução de edemas e proporcionam à gestante o alívio de estar sendo sustentada pela água enquanto se movimenta. Nos últimos meses, isto fará diferença.
 Caminhada, ginástica localizada, musculação (sem peso), alongamento e ioga também são ótimos exercícios para a gestação. Lembre-se de se manter hidratada, evite o calor excessivo e não exagere ao alongar-se: os hormônios da gravidez produzem relaxamento articular, deixando a mulher mais suscetível a lesões.  
É importante consultar seu obstetra sobre qual atividade se adequa melhor ao momento e quanto fazer. Ele provavelmente recomendará que você continue praticando uma modalidade que já conhece. Se for começar algo novo, vá com calma. Não é recomendada, na gravidez, a prática de corrida,equitação, aeróbica ou dança de alto impacto, squash, mergulho, salto e esportes com bola (vôlei, basquete, tênis). 



Fonte: Livro de autoria da Dra. Silvana Chedid Grieco , Gravidez aos 40.



Agende sua consulta:
Clínica Chedid Grieco de Medicina Reprodutiva
Fone (11) 3266-7733
e-mail : chedidgrieco@chedidgrieco.com.br

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