segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Reprodução Humana: Mulheres perto de 40 querem congelar óvulos à espera do parceiro ideal, diz estudo.


Mulheres perto de 40 querem congelar óvulos à espera do parceiro ideal, diz estudo.

Pesquisa aponta tendência de uso de recurso para ganhar tempo enquanto se investe na profissão.

BBC
Um pequeno estudo feito com 15 pessoas na Bélgica indicou uma tendência entre mulheres perto de completar 40 anos de optarem pelo congelamento de seus óvulos enquanto procuram o parceiro certo.
Um terço das quinze entrevistadas disseram que estavam recorrendo ao congelamento também como uma medida de segurança contra a infertilidade.
Outra pesquisa, feita com 200 estudantes na Grã-Bretanha, revelou que oito em cada dez estudantes de Medicina considerariam fazer o procedimento para poderem se concentrar na carreira antes de decidirem ser mães.
Entre estudantes de Esportes e Educação, a metade disse que consideraria o procedimento.
Os estudos foram apresentados durante uma conferência da European Society of Human Reproduction and Embryology, em Roma, Itália.
O congelamento de óvulos, técnica relativamente recente, permite que uma mulher guarde seus óvulos caso, no futuro, ela tenha de recorrer a um tratamento de fertilização in vitro para engravidar.
As chances de sucesso são melhores entre mulheres jovens e saudáveis, mas a maioria das mulheres utilizando o procedimento hoje tem quase 40 anos e está optando pelo congelamento como "último recurso", segundo cientistas.
Cada tentativa de fazer o congelamento custa em média US$ 4,5 mil (cerca de R$ 8 mil) e algumas mulheres precisam fazer três ciclos de forma a preservar um bom número de óvulos.
Em sua apresentação durante a conferência, Julie Nekkebroeck, responsável pelo estudo belga do qual participaram 15 mulheres, disse que 27% das entrevistadas declararam que gostariam de esperar que seus relacionamentos se consolidassem antes falar em ter filhos.
As mulheres, que tinham idade média em torno de 38 anos, não esperavam usar os óvulos antes de chegarem aos 43 anos e afirmaram saber que precisavam fazer o procedimento enquanto estavam férteis e saudáveis.
"Elas tinham tido parceiros no passado, uma estava em um relacionamento, mas não realizaram o desejo de ter um filho porque achavam que não haviam encontrado o homem certo", disse Nekkebroeck.
Carreira
Apresentando o estudo britânico durante a mesma conferência, a médica Srilatha Gorthi, do Leeds Centre for Reproductive Medicine, na cidade de Leeds, Inglaterra, disse que é a primeira vez que opiniões de mulheres jovens em relação à questão da fertilidade são examinadas desta forma.
Gorthi disse que as estudantes de Medicina citaram a carreira como justificativa mais comum para considerarem o congelamento, outras estudantes estavam mais preocupadas com a estabilidade financeira.
A pesquisadora acrescentou que a sociedade precisa oferecer mais apoio às mulheres jovens para que possam começar a família quando estão prontas, sem ter de comprometer suas carreiras.
"Mulheres que pensam em passar por esse procedimento precisam receber informações precisas e aconselhamento quanto aos benefícios e limitações do congelamento em comparação com outras opções", disse.
A porta-voz da entidade britânica de apoio a pessoas afetadas pela infertilidade Infertility Network UK, Clare Lewis-Jones, disse que é extremamente importante que as pessoas se conscientizem dos efeitos da idade sobre sua fertilidade.
"Muitas mulheres agora optam por adiar o momento de ter filhos e, embora devam ser apoiadas nessa escolha, precisam saber dos problemas potenciais que podem enfrentar quando decidirem ser mães".
"A idade tem um impacto sobre a fertilidade dos homens também e quando elas encontrarem o parceiro ideal, podem descobrir que ele tem problemas".
"Elas também precisam estar conscientes de que tratamentos para fertilidade não têm garantia de sucesso", afirmou.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Equipe australiana descobre nova maneira de proteger a fertilidade feminina


Cientistas do Walter e Eliza Hall Institute, na Austrália, identificaram uma nova forma de proteger a fertilidade feminina. A pesquisa oferece esperança para mulheres cuja fertilidade pode ser comprometida pelos efeitos secundários da terapia do câncer ou por menopausa precoce, avança o portal Isaúde.

Os investigadores fizeram a descoberta enquanto investigavam como os óvulos morrem. Eles notaram que duas proteínas específicas, chamadas de PUMA e NOXA, causam a morte das células dos óvulos nos ovários. Segundo os cientistas, o bloqueio da atividade dessas duas proteínas pode levar as novas estratégias que protegem a fertilidade das mulheres.

"A pesquisa mostrou que quando o ADN dos óvulos está danificado, como após a exposição à radiação ou quimioterapia, PUMA e NOXA provocam a morte dos óvulos danificados. Esta reação faz com que muitas doentes com câncer se tornem inférteis", afirma a pesquisadora Clare Scott.

Scott e os seus colegas concentraram os seus estudos nas células dos óvulos chamadas oócitos de folículos primordiais, que é a fonte de óvulos das mulheres durante toda a vida.

Eles mostraram que, quando essas células produtoras de ovos estavam sem a proteína PUMA, elas não morreram após serem expostas à radioterapia. "Isso pode ser motivo de preocupação, porque queremos que os óvulos danificados morram e não produzam prole anormal", afirmam os autores.

A equipa então descobriu que as células não só sobrevivem sem a proteína, mas são capazes de reparar o dano ao DNA e poderiam ser ovuladas e fertilizadas, produzindo fetos saudáveis. Quando as células também não tinham a proteína NOXA, houve uma maior proteção contra a radiação.

"Estamos muito animados para ver fetos saudáveis podendo ser produzidos a partir dessas células. Isto significa que, no futuro, medicamentos que bloqueiam a função de PUMA poderiam ser usados para impedir a morte de células somáticas em doentes sujeitos a quimioterapia ou radioterapia. Os nossos resultados sugerem que isto pode manter a fertilidade das pacientes", conclui Scott.

Câncer de mama e os fármacos para a fertilidade


Os tratamentos de fertilidade que não têm sucesso diminuem o risco de cancro da mama, sugere um estudo publicado no “Journal of the National Cancer Institute”, noticia o site alert®

Os medicamentos que estimulam a ovulação aumentam temporariamente os níveis de estrogênios nas mulheres, desempenhando este hormônio um papel importante no desenvolvimento do cancro da mama. Apesar de alguns estudos terem demonstrado que os tratamentos utilizados na infertilidade aumentam o risco deste tipo de cancro, outros chegaram a resultados inconclusivos.

Neste estudo os investigadores do National Institute of Environmental Health Sciences, nos EUA, avaliaram mulheres diagnosticadas com cancro da mama que tinham menos de 50 anos, as quais foram comparadas com irmãs saudáveis. Os investigadores centraram-se especificamente na exposição a fármacos utilizados nos tratamentos de fertilidade, que tinham ou não conduzido a uma gravidez de pelo menos 10 semanas.

Os investigadores constataram que a exposição a tratamentos de fertilidade não reduzia o risco de desenvolvimento de cancro da mama. Por outro lado, as mulheres submetidas a este tipo de tratamentos, mas que não atingiram as 10 semanas de gravidez apresentavam um risco estatisticamente menor de desenvolver cancro da mama, em comparação com as mulheres que não tinham sido expostas a tratamentos de fertilidade. Contudo, as mulheres submetidas a estes tratamentos e que tinham superado as 10 semanas de gravidez apresentaram um aumento do risco de cancro da mama, em comparação com aquelas cujo tratamento não tinha sido bem-sucedido.

“Os nossos resultados sugerem que a exposição a uma gravidez induzida é suficiente para reduzir o risco associado com a exposição a fármacos que estimulem a ovulação”, explicam os autores do estudo. Os especialistas acreditam que a exposição a estes fármacos aumenta o risco de cancro através da modificação do tecido mamário associado à gravidez.

Louise A. Brinton do National Cancer Institute refere que os resultados obtidos são de difícil compreensão à luz dos estudos anteriores. A investigadora explica que a redução do risco global associado à utilização de fármacos pode estar relacionada com o facto de um dos fármacos ser similar a um com ação quimio preventiva.

Por outro lado, o aumento do risco de cancro observado nas mulheres tratadas com sucesso pode estar associado à exposição aumentada de hormonas ováricas, assim como o efeito duplo da gravidez no risco de cancro da mama, nomeadamente no aumento transitório que se dissipa com o tempo e eventualmente conduz a uma redução do risco de cancro a longo prazo.

Assim, na opinião desta especialista, são necessários mais estudos de forma a compreender melhor estas associações. “Devido a todas as complexidades, os resultados devem ser interpretados com cautela e comparados com os benefícios associados aos tratamentos de fertilidade, incluindo uma elevada probabilidade de parto de termo, que pode a longo prazo conduzir à redução do risco de cancro da mama”, conclui a especialista.

http://www.pop.eu.com/news/7445/26/Cancro-da-mama-e-os-farmacos-para-a-fertilidade.htm